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Glúten: vilão ou mocinho? Bem Estar

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Há alguns anos, o glúten se tornou o vilão das dietas: muitas pessoas passaram a cortar essa proteína de suas refeições devido a possíveis riscos que ela poderia trazer à saúde ou simplesmente porque dizem que ela contribui para o aumento de peso. Mas, qual é a verdade sobre esse ingrediente? Ele realmente pode fazer mal à saúde?

Primeiramente é preciso entender o que é o glúten. O glúten é um tipo de proteína encontrada no trigo, aveia, cevada e centeio. Em algumas pessoas ele pode provocar alergia (doença celíaca), levando a sintomas como sensação de barriga inchada, diarreia, prisão de ventre, entre outros. Portanto, quem é alérgico ao glúten não deve consumir alimentos que levem esses cereais, como massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cervejas, entre outros.

 

Teorias que envolvem o glúten

Existem algumas teorias que defendem a retirada do glúten das refeições. Uma delas diz respeito ao desenvolvimento da agricultura, que originou diferentes tipos de trigo ao longo dos anos. De acordo com o cardiologista americano William Davis, autor do best seller Barriga de Trigo, as modificações que ocorreram no trigo nos últimos tempos podem ser as responsáveis pela epidemia da obesidade e diabetes.

Mas, essa tese não está comprovada e é questionada por pesquisadores da área, já que os cruzamentos genéticos na agricultura ocorrem há centenas de anos, muitas vezes sem a intervenção do homem.

Outra tese bastante difundida no universo fitness é a de que o glúten atua como uma droga no organismo, levando a vontade de comer mais e mais. Esse mecanismo ainda não foi comprovado. Porém, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sugere que o glúten pode sim estar relacionado ao aumento de peso.

Durante oito semanas, os pesquisadores analisaram as alterações físicas ocorridas em um grupo de camundongos com alimentação rica em glúten de trigo e em outro cuja dieta não continha essa proteína. Os ratos que receberam alimentos sem a proteína tiveram um ganho de peso 22% menor que o daqueles que ingeriram a substância. O grupo da dieta sem glúten apresentou ainda ganho de gordura visceral 33% menor e uma diferença de 17% a menos na taxa de glicose no sangue em jejum.

Embora os resultados tenham sido promissores, os autores da pesquisa afirmam que ainda são necessários estudos complementares antes de testar a dieta em humanos.

 

Tirar ou não o glúten da dieta?

Ainda falta muito a ser descoberto sobre a ação do glúten no organismo, e atualmente, a única indicação de restrição dessa proteína das dietas pelos médicos é para quem apresenta a doença celíaca.

No caso de quem pretende emagrecer, não existe a comprovação científica de que o glúten engorda. O que ocorre é que a substância está presente em carboidratos, que por sua vez são alimentos ricos em calorias e, ao serem consumidos em excesso, provocam o aumento de peso.

Portando, se você não tem alergia ao glúten, não há uma real necessidade de restringir a proteína de suas refeições. No entanto, o ideal é consumir versões integrais de pães, cereais e massas sem ultrapassar a recomendação diária dos carboidratos, de 6 porções, distribuídas entre as principais refeições do dia. Além disso, não deixe de conversar com o seu nutricionista para esclarecer suas dúvidas.

 

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